sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ao sul da fronteira

Um documentário que a imprensa golpista do Brasil não mostraria,porque prefere alienar as pessoas.Este documentário faz roteiro  ao estilo de governar da esquerda na América Latina, sua história e as relações com os EUA.Abaixo um texto de Lucas Canejero detalhando mais sobre o documentário.

Por Lucas Conejero
O documentário Ao sul da fronteira chegou às locadoras brasileiras. Dirigido e produzido pelo nova-iorquino Oliver Stone, conta parte da história das movimentações sociais que tiveram como consequência a ascensão de presidentes de esquerda na América Latina durante a primeira década do século 21.

Hugo Chavez, Evo Morales, Fernando Lugo, Rafael Correa, Lula e o casal Kirchner protagonizam as cenas. Todos impressionam pelo carisma, inclusive a peronista Cristina.

Vale destacar a entrevista com Evo Morales Ayma, líder indígena do MAS (Movimento ao Socialismo). Descendente de Tupac Katari, ascendeu politicamente durante a resistência às medidas neoliberais do FMI e do Banco Mundial do final do século 20, que incluíam a privatização até mesmo da água da chuva na Bolívia.

A revolução não foi televisionada
Segundo Stone, o levante que trouxe Hugo Chavez de volta à presidência após o golpe de 2002 foi estopim para a mudança de rumo na geopolítica do continente.

Se ele está certo, é uma boa pergunta. Fato é que militares venezuelanos reacionários conspiraram, receberam apoio da imprensa burguesa, da classe média, estavam amparados por Washington, deram o golpe e avisaram o mundo: tomamos o poder! E haviam tomado mesmo.

A Casa Branca vibrou, as vivandeiras de quartel soltaram rojões nos quatro cantos do continente. Mas quando a notícia da queda de Chavez se espalhou pela Venezuela, o improvável aconteceu. Trabalhadores venezuelanos dos bairros mais pobres, ao lado de parte do movimento estudantil, marcharam para o Palácio de Miraflores, onde o governo golpista efetuava a transição.

O palácio foi cercado por dezenas de milhares de manifestantes que pediam o retorno imediato do presidente eleito e ameaçavam invadir o prédio. Parte das forças armadas refugou e setores leais ao presidente tramaram, com sucesso, um contra-golpe.

Chavez, que estava preso e incomunicável em uma base militar, voltou ao Miraflores nos braços do povo pouco mais de 24 horas depois de deposto.

Os grandes veículos de comunicação venezuelanos não só apoiaram abertamente um golpe de estado em um presidente eleito, como demoraram 24 horas para noticiar o contra-golpe. Cinicamente, fingiam em suas reportagens que nada acontecia. Só contaram ao povo a verdade, quando ficou impossível escondê-la.

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